"Se não morri no acidente, agora é que não vou" - Santa Tereza Tem
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“Se não morri no acidente, agora é que não vou”

História de superação: Karina Neves, a Kaká, moradora do bairro, após um acidente de carro, com força encarou o desafio de viver sem uma perna

Foi com essa força que kaká trabalha, se tornou influencer da empresa Ottobock Brasil, dirige, e no momento está na Costa Rica, onde participa de um evento de treinamento da Clinica Ottobck , de adaptação a uma prótese específica para correr.

Ela ressalta que isso só foi possível porque teve o apoio da comunidade de Santa Tereza, que participou da votação pela internet, e a indicou para participar do evento Running Clinic. “Agradeço a quem tirou um tempinho pra votar, compartilhar”.

E Kaká, sempre sorridente, fala com entusiasmo do bairro, que escolheu para viver. Ela mora no 3ª andar, mas pra ela, isso não é problema. Ela subiu e desceu as escadas na maior agilidade para o meu espanto, quando fui bater um papo com ela.

“Santa Tereza é um lugar especial em que há solidariedade e empatia. Gosto demais e sinto como morasse em uma vila. Quando passeio com os cachorros, os vizinhos param, conversam e são pessoas acolhedoras. O bairro é acolhedor.”

Desafios

Após o acidente, ela conta que chorou muito. “Era dor física, emocional e preocupação financeira”, diz ela.  Depois das lágrimas, pensou “não morri, àquela hora, agora é que não vou” e decidiu viver bem com o que a vida lhe deu.

Então encarou os desafios, como a compra de uma prótese, que só foi possível com uma vaquinha entre amigos e familiares.  O segundo desafio foi adaptação, que precisou de muito treino e paciência. “Reaprendi a andar e cada passo era emocionante”, conta.

Voltou a trabalhar, mas ainda insegura em subir no ônibus e se equilibrar em pé, quando ele estava cheio. “Apesar dos apoios do trocador e do motorista, a maioria das pessoas, assentadas nas poltronas destinadas a deficientes, não se tocavam. Senti o preconceito principalmente quando uma mulher me disse que ali não era lugar para deficientes”. Kaká sofreu, mas isso lhe serviu de estímulo para enfrentar o medo de dirigir novamente. “Passar por essa situação todos os dias era ruim demais, então aprendi a dirigir com uma perna só e venci o pânico que o acidente deixou em mim”.

Ela conversa, fala de sua vida sorrindo e está sempre em atividade seja no trabalho, como analista de sistema, praticando esporte, curtindo carnaval. E o mais importante, não tem o menor constrangimento em usar roupas, que mostrem sua deficiência. Isso já não lhe incomoda mais.

Kaká está feliz, pois com a nova prótese, voltará a correr, uma das atividades que ela mais gostava de fazer. Agora, sim, a vida voltou ao normal mesmo!

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